A 6ª Bienal de Gravura do Douro no espaço virtual
A Fundação
Virtual V/5 este ano, na continuidade do trabalho realizado
anteriormente, participa nesta Bienal de Gravura com duas
intervenções de níveis distintos que se unem na relação dialogante
entre o espaço real e o espaço ficcionado.
Na primeira
vertente, a Bienal de Gravura do Douro_2012 divulga nas
instalações do SecondLife (Angel Isles, 170,92,13) diversas obras
de artistas gravadores que participam nesta presente bienal. Esta
participação da Bienal nos espaços virtuais assume dois
compromissos que, resumidamente, podemos definir como objectivo
imediato a divulgação deste evento nas plataformas digitais
formando novos públicos e fomentando uma necessária acção
continuada de descentralização cultural. Como segundo compromisso
temos o questionamento artístico, auferindo novas interrogações
sobre as fronteiras delineadoras da validação do espaço e objecto
artístico. Neste âmbito, reforça-se a ideia de obra como
reprodução e ficheiro múltiplo, já anteriormente debatida pela
possibilidade técnica da fotografia, mas a este amplo debate sobre
a aura da obra de arte e da práxis artística, propomos a
possibilidade da obra enquanto presença desmaterializada. Assim,
para além de colocarmos na mesma acção as nomenclaturas como
gravura, fotografia e ficheiro digital, acrescentamos a validação,
não só da desmaterialização da obra mas também da própria
experiência artística, dado que, para além do primeiro nível da
desmaterialização da obra se inclui um segundo grau que remete
para a desmaterialização da experiência.
No segundo
campo de acção da Fundação Virtual V5, damos continuidade ao
projecto Galeria Pública para Artes Digitais (que teve o
seu início em 2005) através da colaboração dos artistas Hiroki
Satake (Japão),
Marta Zabłocka (Polónia) e António Dantas (Portugal). Mais uma
vez, promoveu-se o intercâmbio
de artistas e
obras artísticas através da sua participação à distância, numa
simbiose efectiva entre espaço real e virtual. Estas obras com
visibilidade no espaço virtual (SecondLife) e no espaço público (outdoor)
enfrentam desafios semelhantes nestes dois registos, por um lado
(e mais uma vez) a possibilidade do múltiplo (cópia) e, por outro,
o confronto com um público indiferenciado, visto elas estarem
desprotegidas da moldura museológica. O desafio lançado aos
artistas, por estratégias com esta (des)estrutura, apresenta-se
como um salto reflexivo sem rede sujeito às intempéries sociais.
No entanto, esta diluição da obra na paisagem urbana possibilita
uma renovada e acrescida partilha do sensível.